quarta-feira, 24 de junho de 2020

Questões sobre denotação e conotação

Questões sobre denotação e conotação


1. Fuvest
O filme Cazuza - O tempo não para me deixou numa espécie de felicidade pensativa. Tento explicar por quê. Cazuza mordeu a vida com todos os dentes. A doença e a morte parecem ter-se vingado de sua paixão exagerada de viver. É impossível sair da sala de cinema sem se perguntar mais uma vez: o que vale mais, a preservação de nossas forças, que garantiria uma vida mais longa, ou a livre procura da máxima intensidade e variedade de experiências? Digo que a pergunta se apresenta “mais uma vez” porque a questão é hoje trivial e, ao mesmo tempo, persecutória. (...) Obedecemos a uma proliferação de regras que são ditadas pelos progressos da prevenção. Ninguém imagina que comer, fumar, tomar pinga, transar sem camisinha e combinar, sei lá, nitratos com Viagra seja uma boa ideia. De fato não é. À primeira vista, parece lógico que concordemos sem hesitação sobre o seguinte: não há ou não deveria haver prazeres que valham um risco de vida ou, simplesmente, que valham o risco de encurtar a vida. De que adiantaria um prazer que, por assim dizer, cortasse o galho sobre o qual estou sentado? Os jovens têm uma razão básica para desconfiar de uma moral prudente e um pouco avara que sugere que escolhamos sempre os tempos suplementares. É que a morte lhes parece distante, uma coisa com a qual a gente se preocupará mais tarde, muito mais tarde. Mas sua vontade de caminhar na corda bamba e sem rede não é apenas a inconsciência de quem pode esquecer que “o tempo não para”. É também (e talvez sobretudo) um questionamento que nos desafia: para disciplinar a experiência, será que temos outras razões que não sejam só a decisão de durar um pouco mais? (Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo)

Considere as seguintes afirmações:
I. Os trechos “mordeu a vida com todos os dentes” e “caminhar na corda bamba e sem rede” podem ser compreendidos tanto no sentido figurado quanto no sentido literal.
II. Na frase “De que adiantaria um prazer que (...) cortasse o galho sobre o qual estou sentado”, o sentido da expressão sublinhada corresponde ao de “se está sentado”.
III. Em “mais uma vez”, no início do terceiro parágrafo, o autor empregou aspas para indicar a precisa retomada de uma expressão do texto.

Está correto o que se afirma em:
a) I, somente
b) I e II, somente
c) II, somente
d) II e III, somente
e) I, II e III


2. Enem 2005 – ADAPTADA
O termo (ou expressão) destacado que está empregado em seu sentido próprio, denotativo, ocorre em:

A.“(….)
É de laço e de nó
De gibeira o jiló
Dessa vida, cumprida a sol (….)”
(Renato Teixeira. Romaria. Kuarup Discos. setembro de 1992.)

B. “Protegendo os inocentes
é que Deus, sábio demais,
põe cenários diferentes
nas impressões digitais.”
(Maria N. S. Carvalho. Evangelho da Trova. /s.n.b.)

C. “O dicionário-padrão da língua e os dicionários unilíngues são os tipos mais comuns de dicionários. Em nossos dias, eles se tornaram um objeto de consumo obrigatório para as nações civilizadas e desenvolvidas.”
(Maria T. Camargo Biderman. O dicionário-padrão da língua. Alfa (28), 2743, 1974 Supl.)

D. “Humorismo é a arte de fazer cócegas no raciocínio dos outros. Há duas espécies de humorismo: o trágico e o cômico. O trágico é o que não consegue fazer rir; o cômico é o que é verdadeiramente trágico para se fazer.”
(Leon Eliachar. www.mercadolivre.com.br <http://www.mercadolivre.com.br>. acessado em julho de 2005.)


3. (MUNDO EDUCAÇÃO)
Sobre a conotação e a denotação, podemos afirmar, exceto:
a) A conotação é utilizada principalmente na linguagem poética e na literatura, mas pode ser encontrada em gêneros textuais do cotidiano, como letras de músicas, anúncios publicitários, entre outros.

b) Uma palavra ou expressão é usada no sentido denotativo para representar diferentes significados dependendo do contexto da enunciação.

c) Os textos não literários devem preferir a denotação, pois essa tem como finalidade informar o receptor da mensagem de maneira clara e objetiva, livre de ambiguidades e metáforas.

d) A conotação e a denotação são as variações de significado que ocorrem no signo linguístico, que, por sua vez, é composto de um significante (letras e sons) e um significado (conceito, ideia).


4. ENEM-2001
Nas conversas diárias, utiliza-se freqüentemente a palavra “próprio” e ela se ajusta a várias situações. Leia os exemplos de diálogos: 
I – A Vera se veste diferente! – É mesmo, é que ela tem um estilo próprio. 
II – A Lena já viu esse filme uma dezena de vezes! Eu não consigo ver o que ele tem de tão maravilhoso assim. – É que ele é próprio para adolescente. 
III – Dora, o que eu faço? Ando tão preocupada com o Fabinho! Meu filho está impossível! – Relaxa, Tânia! É próprio da idade. Com o tempo, ele se acomoda. 

Nas ocorrências I, II e III, “próprio” é sinônimo de, respectivamente, 
a) adequado, particular, típico. 
b) peculiar, adequado, característico. 
c) conveniente, adequado, particular. 
d) adequado, exclusivo, conveniente. 
e) peculiar, exclusivo, característico. 


5.  Faap-1997
Quando Pedro I lança aos ecos o seu grito histórico e o país desperta esturvinhado à crise de uma mudança de dono, o caboclo ergue-se, espia e acocora-se, de novo. 
Pelo 13 de maio, mal esvoaça o florido decreto da Princesa e o negro exausto larga num uf! o cabo da enxada, o caboclo olha, coça a cabeça, imagina e deixa que do velho mundo venha quem nele pegue de novo. 
A 15 de novembro troca-se um trono vitalício pela cadeira quadrienal. O país bestifica-se ante o inopinado da mudança. O caboclo não dá pela coisa. 
Vem Floriano: estouram as granadas de Custódio; 
Gumercindo bate às portas de Roma; Incitatus derranca o país. O caboclo continua de cócoras, a modorrar… 
Nada o desperta. Nenhuma ferretoada o põe de pé. Social, como individualmente, em todos os atos da vida, Jeca antes de agir, acocora-se. 
Monteiro Lobato 
“…e o país desperta ESTURVINHADO…” O adjetivo em maiúsculo, embora de uso popular, é pouco conhecido dos jovens de vida urbana. Contudo não é difícil saber, no contexto, seu significado: 
a) alegre – saltitante – risonho 
b) atordoado – aturdido – estonteado 
c) fiduciário – solidário – fiel 
d) acre – azedo – amargo 
e) abjeto – vil – desprezível. 




Gabarito:
1. D
2. C
3. B
4. B
5. B

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