Questões sobre denotação e conotação
1. Fuvest
O filme Cazuza - O
tempo não para me deixou numa espécie de felicidade pensativa. Tento explicar
por quê. Cazuza mordeu a vida com todos os dentes. A doença e a morte parecem
ter-se vingado de sua paixão exagerada de viver. É impossível sair da sala de cinema
sem se perguntar mais uma vez: o que vale mais, a preservação de nossas forças,
que garantiria uma vida mais longa, ou a livre procura da máxima intensidade e
variedade de experiências? Digo que a pergunta se apresenta “mais uma vez”
porque a questão é hoje trivial e, ao mesmo tempo, persecutória. (...)
Obedecemos a uma proliferação de regras que são ditadas pelos progressos da
prevenção. Ninguém imagina que comer, fumar, tomar pinga, transar sem camisinha
e combinar, sei lá, nitratos com Viagra seja uma boa ideia. De fato não é. À
primeira vista, parece lógico que concordemos sem hesitação sobre o seguinte:
não há ou não deveria haver prazeres que valham um risco de vida ou,
simplesmente, que valham o risco de encurtar a vida. De que adiantaria um prazer
que, por assim dizer, cortasse o galho sobre o qual estou sentado? Os jovens
têm uma razão básica para desconfiar de uma moral prudente e um pouco avara que
sugere que escolhamos sempre os tempos suplementares. É que a morte lhes parece
distante, uma coisa com a qual a gente se preocupará mais tarde, muito mais
tarde. Mas sua vontade de caminhar na corda bamba e sem rede não é apenas a
inconsciência de quem pode esquecer que “o tempo não para”. É também (e talvez
sobretudo) um questionamento que nos desafia: para disciplinar a experiência,
será que temos outras razões que não sejam só a decisão de durar um pouco mais?
(Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo)
Considere as
seguintes afirmações:
I. Os trechos “mordeu
a vida com todos os dentes” e “caminhar na corda bamba e sem rede” podem ser
compreendidos tanto no sentido figurado quanto no sentido literal.
II. Na frase “De que
adiantaria um prazer que (...) cortasse o galho sobre o qual estou sentado”, o sentido da expressão
sublinhada corresponde ao de “se está sentado”.
III. Em “mais uma
vez”, no início do terceiro parágrafo, o autor empregou aspas para indicar a
precisa retomada de uma expressão do texto.
Está correto o que se
afirma em:
a) I, somente
b) I e II, somente
c) II, somente
d) II e III, somente
e) I, II e III
2. Enem 2005
– ADAPTADA
O termo
(ou expressão) destacado que está empregado em seu sentido próprio, denotativo,
ocorre em:
A.“(….)
É de laço e de nó
De gibeira o jiló
Dessa vida, cumprida a sol (….)”
(Renato Teixeira. Romaria. Kuarup Discos. setembro de 1992.)
É de laço e de nó
De gibeira o jiló
Dessa vida, cumprida a sol (….)”
(Renato Teixeira. Romaria. Kuarup Discos. setembro de 1992.)
B. “Protegendo os inocentes
é que Deus, sábio demais,
põe cenários diferentes
nas impressões digitais.”
(Maria N. S. Carvalho. Evangelho da Trova. /s.n.b.)
é que Deus, sábio demais,
põe cenários diferentes
nas impressões digitais.”
(Maria N. S. Carvalho. Evangelho da Trova. /s.n.b.)
C. “O dicionário-padrão da
língua e os dicionários unilíngues são os tipos mais comuns de dicionários. Em
nossos dias, eles se tornaram um objeto de consumo obrigatório para as nações
civilizadas e desenvolvidas.”
(Maria T. Camargo Biderman. O dicionário-padrão da língua. Alfa (28), 2743, 1974 Supl.)
(Maria T. Camargo Biderman. O dicionário-padrão da língua. Alfa (28), 2743, 1974 Supl.)
D. “Humorismo é a arte de fazer cócegas
no raciocínio dos outros. Há duas espécies de humorismo: o trágico e o
cômico. O trágico é o que não consegue fazer rir; o cômico é o que é
verdadeiramente trágico para se fazer.”
(Leon Eliachar. www.mercadolivre.com.br <http://www.mercadolivre.com.br>. acessado em julho de 2005.)
(Leon Eliachar. www.mercadolivre.com.br <http://www.mercadolivre.com.br>. acessado em julho de 2005.)
3. (MUNDO
EDUCAÇÃO)
Sobre a
conotação e a denotação, podemos afirmar, exceto:
a) A conotação é utilizada principalmente na linguagem poética e na
literatura, mas pode ser encontrada em gêneros textuais do cotidiano, como
letras de músicas, anúncios publicitários, entre outros.
b) Uma palavra ou expressão é usada no sentido denotativo para
representar diferentes significados dependendo do contexto da enunciação.
c) Os textos não literários devem preferir a denotação, pois essa tem
como finalidade informar o receptor da mensagem de maneira clara e objetiva,
livre de ambiguidades e metáforas.
d) A conotação e a denotação são as variações de
significado que ocorrem no signo linguístico, que, por sua vez, é composto
de um significante (letras e sons) e um significado (conceito,
ideia).
4. ENEM-2001
Nas conversas
diárias, utiliza-se freqüentemente a palavra “próprio” e ela se ajusta a várias
situações. Leia os exemplos de diálogos:
I – A Vera se veste
diferente! – É mesmo, é que ela tem um estilo próprio.
II – A Lena já viu
esse filme uma dezena de vezes! Eu não consigo ver o que ele tem de tão
maravilhoso assim. – É que ele é próprio para adolescente.
III – Dora, o que eu
faço? Ando tão preocupada com o Fabinho! Meu filho está impossível! – Relaxa,
Tânia! É próprio da idade. Com o tempo, ele se acomoda.
Nas ocorrências I, II
e III, “próprio” é sinônimo de, respectivamente,
a) adequado,
particular, típico.
b) peculiar,
adequado, característico.
c) conveniente,
adequado, particular.
d) adequado,
exclusivo, conveniente.
e) peculiar,
exclusivo, característico.
5. Faap-1997
Quando Pedro I lança
aos ecos o seu grito histórico e o país desperta esturvinhado à crise de uma
mudança de dono, o caboclo ergue-se, espia e acocora-se, de novo.
Pelo 13 de maio, mal
esvoaça o florido decreto da Princesa e o negro exausto larga num uf! o cabo da
enxada, o caboclo olha, coça a cabeça, imagina e deixa que do velho mundo venha
quem nele pegue de novo.
A 15 de novembro
troca-se um trono vitalício pela cadeira quadrienal. O país bestifica-se ante o
inopinado da mudança. O caboclo não dá pela coisa.
Vem Floriano:
estouram as granadas de Custódio;
Gumercindo bate às
portas de Roma; Incitatus derranca o país. O caboclo continua de cócoras, a
modorrar…
Nada o desperta.
Nenhuma ferretoada o põe de pé. Social, como individualmente, em todos os atos
da vida, Jeca antes de agir, acocora-se.
Monteiro Lobato
“…e o país desperta
ESTURVINHADO…” O adjetivo em maiúsculo, embora de uso popular, é pouco
conhecido dos jovens de vida urbana. Contudo não é difícil saber, no contexto,
seu significado:
a) alegre –
saltitante – risonho
b) atordoado –
aturdido – estonteado
c) fiduciário –
solidário – fiel
d) acre – azedo –
amargo
e) abjeto – vil –
desprezível.
Gabarito:
1.
D
2.
C
3. B
4. B
5. B
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