O texto dissertativo-expositivo
A redação é uma das grandes preocupações dos candidatos que estão se preparando tanto para o vestibular quanto para os concursos públicos.
Embora o gênero textual mais cobrado nessas provas seja o dissertativo argumentativo, é essencial que o candidato conheça os demais gêneros e esteja preparado para eventuais cobranças.
Um dos gêneros textuais que comumente aparece nas questões relacionadas à interpretação de texto é o dissertativo-expositivo.
O texto dissertativo-expositivo tem como objetivo informar e esclarecer o leitor através da exposição de um determinado tema.
Sua estrutura é mais simples pois não há necessidade de convencer através de opiniões. O foco está na exposição de conhecimentos e ideias.
Sua estrutura é mais simples pois não há necessidade de convencer através de opiniões. O foco está na exposição de conhecimentos e ideias.
Apesar de parecer simples, o texto dissertativo-expositivo exige do autor um elevadíssimo grau de conhecimento do assunto, já que se trata de transmitir informações teóricas da maneira mais eficiente possível.
Ao ler esse tipo de texto, a expectativa do leitor é que ele tenha sido escrito por alguém que domine o tema, portanto, não pode haver qualquer tipo de incorreção.
Ao ler esse tipo de texto, a expectativa do leitor é que ele tenha sido escrito por alguém que domine o tema, portanto, não pode haver qualquer tipo de incorreção.
Outro aspecto relevante é que o texto precisa ser escrito de forma clara e objetiva.
Deve-se levar em consideração que o objetivo é atingir a compreensão de um grande número de leitores com os mais diversos níveis de conhecimento.
Deve-se levar em consideração que o objetivo é atingir a compreensão de um grande número de leitores com os mais diversos níveis de conhecimento.
Exemplos de textos:
A Enciclopédia:
EFEITO ESTUFA
"O efeito estufa ou efeito de estufa é um processo que ocorre quando uma parte da radiação infravermelha emitida pela superfície terrestre é absorvida por determinados gases presentes na atmosfera. Como consequência disso, o calor fica retido, não sendo libertado para o espaço. O efeito estufa dentro de uma determinada faixa é de vital importância pois, sem ele, a vida como a conhecemos não poderia existir. Serve para manter o planeta aquecido, e assim, garantir a manutenção da vida.
O que se pode tornar catastrófico é a ocorrência de um agravamento do efeito estufa que destabilize o equilíbrio energético no planeta e origine um fenômeno conhecido como aquecimento global. O IPCC (Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas, estabelecido pelas Organização das Nações Unidas e pela Organização Meteorológica Mundial em 1988) no seu relatório mais recente diz que a maior parte deste aquecimento,observado durante os últimos 50 anos, se deve muito provavelmente a um aumento dos gases do efeito estufa.
Os gases de estufa (dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), Óxido nitroso (N2O), CFC´s (CFxClx) absorvem alguma radiação infravermelha emitida pela superfície da Terra e radiam por sua vez alguma da energia absorvida de volta para a superfície. Como resultado, a superfície recebe quase o dobro de energia da atmosfera do que a que recebe do Sol e a superfície fica cerca de 30 °C mais quente do que estaria sem a presença dos gases «de estufa».
Um dos piores gases é o metano, cerca de 20 vezes mais potente que o dióxido de carbono, é produzido pela flatulência dos ovinos e bovinos, sendo que a pecuária representa 16% da poluição mundial. Cientistas procuram a solução para esse problema e estão desenvolvendo um remédio para tentar resolver o caso. Na Nova Zelândia pensou-se em cobrar-se taxas por vaca, para compensar o efeito dos gases emitidos."
O Texto científico:
A origem da crise hídrica
"Por que países europeus (Norte) não passam por crises hídricas? Provavelmente em razão da gestão eficiente dos seus recursos hídricos. Quando examinamos os quadros de perda de água por vazamento: Brasil = 37%; Estados Unidos = 16%; Alemanha = 11%,2 e citamos o Japão onde a perda por vazamento não ultrapassa 5%, bem provável no devido momento de investimentos na renovação (troca de tubulação, material de qualidade) da rede de distribuição de água e esgoto, fica difícil considerar boa a eficiência administrativa da gestão das águas em São Paulo. O absurdo são as justificativas, pois sabemos e é noticiado o trabalho de manutenção, não deixando de supor que vazamento em níveis elevados corresponda à manutenção de empregos dos setores terceirizados. De qualquer forma, não se pode pretender eficiência, que seria menor aplicação de mão de obra, com o cenário de desemprego que ronda a economia brasileira, o que deixa a todos preocupados. Por tais justificativas e outras mais é que podemos afirmar que em hipótese alguma a "água está no fim".
No Brasil dizemos que a sociedade e os gestores privados dos recursos essenciais para a vida não consideram a escassez de muitos desses recursos; bem como, deixamos de considerar que a capacidade de resiliência de determinados recursos depende da manutenção das condições de seus entornos. Quando falamos da água não cuidamos de manter a paisagem em que se situam suas matas ciliares, e com certeza diminuímos as possibilidades de manutenção produtiva e dificultamos sua recuperação (resiliência). De forma irresponsável, crises e catástrofes ambientais são consideradas somente quando acontecem, motivo pelo qual essas questões não chamam a atenção da população.
Há 150 anos não havia preocupações com questões ambientais. Essas questões começam a ganhar corpo e sustentação científica desde o último quarto do século XX. Essa é a justificativa maior de os países do Norte não assumirem a responsabilidade pela degradação que vem desde o início do capitalismo industrial. Essa é a tônica em fóruns mundiais para discussão das questões ambientais, norteadas sempre na discussão das mudanças climáticas. Outras questões, que alcançam o viés do social e do acesso ao bem-estar mundial, ficam ausentes nesses encontros, preocupados exclusivamente em manter a hegemonia das nações desenvolvidas."
Fonte: www.scielo.com.br
O Verbete de dicionário:
li·vro
(latim liber, libri)
substantivo masculino
1. Conjunto de folhas de papel, em branco, escritas ou impressas, soltas ou cosidas, em brochura ou encadernadas.
2. Obra organizada em páginas, manuscrita, impressa ou digital (ex.: livro escolar, livro infantil, livro técnico).
3. Cada uma das partes de uma obra.
4. O que serve de instrução.
5. Conjunto de mortalhas de cigarros envoltas em capa.
6. [Zoologia] Terceira cavidade do estômago dos ruminantes. = FOLHOSO, OMASO
"livro", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://dicionario.priberam.org/livro [consultado em 04-02-2019].
Fonte: www.priberam.org
A Notícia de jornal ou da Internet
"Na vizinhança bucólica de Matapaca, em Niterói, Rio de Janeiro, Paul Fernando Schreiner, de 35 anos, passa os dias nas redes sociais, num quarto improvisado em que mora de favor. Em dezembro passado, viu o casamento de uma das filhas por uma transmissão on-line. Fã de futebol americano, conversa com amigos e parentes dos estados de Nebraska e Arizona — onde viveu nos Estados Unidos — na única língua que conhece: o inglês.
“O português não entra em minha cabeça”, disse. “Os sons são bruscos, não consigo entender como funciona.” Hospedado na casa de um pastor congregacional aposentado, ele aguarda por algum tipo de definição para sua vida, que se encontra num limbo de nacionalidades. Hoje, tenta ser a terceira pessoa a ser reconhecida como apátrida no Brasil, um processo que pode levar três anos.
Na manhã de 22 de outubro de 2017, Paul Schreiner dirigia para mais um dia de trabalho no Arizona, como limpador de piscinas. Ele contou que foi detido numa blitz — uma “Trump raid”, destinada a capturar candidatos à deportação — e levado com outros 80 imigrantes para uma custódia do Controle de Imigração (ICE, na sigla em inglês) dos EUA..."
Fonte: www.globo.com
A Notícia publicada em revistas:
"Responsável por inspecionar a barragem do Córrego do Feijão, que se rompeu no dia 25 de janeiro, deixando até agora 134 mortos e 199 pessoas desaparecidas (segundo o boletim mais recente, desta segunda-feira, 4), a empresa alemã Tüv Süd fez uma série de recomendações à Vale, empresa mineradora que controlava as instalações, para melhorar a segurança do reservatório. As informações constam em dois relatórios de mais de 350 páginas produzidos em junho e setembro do ano passado, aos quais VEJA teve acesso. Entre as medidas, as principais eram a instalação de novos piezômetros, equipamentos que medem a pressão interna da barragem, em locais fora da cobertura dos outros já em operação; e a colocação de instrumentos que identificam abalos sísmicos na base da estrutura, que poderiam ser provocados por explosões em outras minas do complexo minerário da região e pelas obras de descomissionamento.
No dia do desmoronamento, quatro funcionários da empresa Geocontrole operavam uma sonda de perfuração no topo da barragem para a instalação dos novos piezômetros. A sonda foi tragada pelo rompimento do dique de contenção. Os quatro funcionários da Geocontrole só sobreviveram porque foram almoçar em outro local no momento do desabamento – a empresa iniciara as sondagens havia três semanas e seus funcionários ainda não tinham autorização para almoçar no restaurante da mineradora. A Geocontrole perdeu dois funcionários no desastre de Mariana, em 2015, no rompimento da barragem do Fundão."
Fonte: www.veja.com.br
É importante lembrar que esse gênero textual também é amplamente utilizado em livros, aulas, palestras, trabalhos e resumos escolares e, portanto, já está completamente inserido no nosso cotidiano.
Assim como nos demais textos dissertativos, o expositivo apresenta em sua estrutura a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.
Na introdução é feita a apresentação do tema que será abordado no texto.
No desenvolvimento o tema é aprofundado, fornecendo detalhes que não foram apresentados na introdução.
Na conclusão é feita uma finalização do texto, sempre levando em consideração a coesão e a coerência que são exigidas em qualquer situação de escrita.
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