quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Os morfemas e as derivações

Os morfemas



A morfologia é a parte da gramática que estuda a palavra sob o ponto de vista de sua forma. Seus principais objetivos são:

Identificar os elementos que constituem a palavra. 

Determinar qual o processo de formação foi utilizado. 

Determinar a que classe a palavra pertence, bem como suas possíveis flexões, ou seja, variações de forma. 


Através do estudo da morfologia, é possível dividir a palavra em unidades mínimas significativas, os chamados morfemas. 

Cada morfema que participa da formação da palavra, possui uma função específica:





Radical 

Mostra o significado básico da palavra e a ele são agregados os demais morfemas.

Exemplos:

invencível

desatento


Prefixo

É o morfema que aparece antes do radical, e assim, forma uma nova palavra.

Exemplos:

invencível

desatento


Sufixo

É o morfema que aparece depois do radical e, assim como o prefixo, forma uma nova palavra.

Exemplos: 

invencível

distraidamente


Desinências nominais

Agregam-se aos nomes e servem para indicar o gênero, masculino ou feminino e o número, singular ou plural.

Exemplos: 

Menina

Meninas

Menino

Meninos


Desinências verbais

Indicam a pessoa gramatical, o número, o tempo e o modo nas formas verbais.

Exemplos: 

brincávamos

brincávamos


Vogal temática

São as vogais a, e, i que, aparecem nas formas verbais e posicionam-se entre o radical e as desinências.

Exemplos: 

brincávamos

beberiam

partissem


Outros aspectos relevantes:

Há palavras que são formadas apenas pelo seu radical.

Exemplos: paz, rua, flor, mar.


As palavras cognatas são aquelas formadas a partir de um mesmo radical.

Exemplos: 

Amigo, amizade, inimigo, amistoso, amigavelmente.

Amor, amoroso, amável, desamor.

Lei, legal, ilegal, legalização, legislativo, legislatura.


Processos de formação de palavras

A língua portuguesa atualmente é constituída por quase 400 mil palavras. Muitas delas, é claro, foram surgindo ao longo dos anos, conforme a necessidade da sociedade que vem evoluindo continuamente. 

Na maior parte das vezes, as palavras são criadas a partir de elementos já existentes na própria língua.

Vejamos, então, como são classificadas as palavras conforme a sua origem:


Palavras primitivas:

São as palavras que não se originaram de outras já existentes na língua portuguesa e que servem como base para a formação de palavras derivadas.

Exemplos: 

Mexer, pedra, casa, flor.


Palavras derivadas:

São as palavras formadas a partir de uma outra palavra ou radical.

Exemplos: pedreira, pedreiro, casebre, casarão, floricultura.

As palavras derivadas podem ser classificadas das seguintes formas: 


Derivação prefixal:

Esse processo refere-se às palavras formadas a partir do prefixo + palavra primitiva, ou seja, anexando-se um prefixo à palavra primitiva já existente.

Exemplos: 

des + fazer = desfazer

semi + círculo = semicírculo

re+ fazer = refazer.


Derivação sufixal:

Processo em que as palavras são formada a partir de uma palavra primitiva + um sufixo:

Exemplos: 

Alegre + mente = alegremente

Carinho + oso = carinhoso

Árvore + edo = arvoredo


Derivação parassintética:

Nesse processo o prefixo e o sufixo juntam-se simultaneamente à palavra primitiva ou radical: prefixo + palavra primitiva + sufixo

Exemplos: 

es + frio + ar = esfriar

em + pobre + ecer = empobrecer

des + alma + do = desalmado


Derivação imprópria: 

Nesse tipo de derivação, ocorre a mudança de classe gramatical na palavra sem que haja qualquer alteração em sua forma.

Exemplos: 

Luz brilhante (adjetivo que indica algo que brilha)

Ana ganhou um brilhante (substantivo indicando anel)

Não (advérbio de negação) aceito um não (substantivo) como resposta.


Derivação regressiva:

É o processo que, geralmente, dá origem a substantivos indicadores de ação, através do acréscimo das vogais -a, -e ou -o ao radical dos verbos. 

Os substantivos que são formados dessa maneira são denominados derivados regressivos ou deverbais.

Exemplos: 

Vender (verbo) - vend + a = venda (substantivo)

Empatar (verbo) - empat + e = empate (substantivo)

Trabalhar (verbo) - trabalh + o = trabalho (substantivo)

Chorar (verbo) - chor + o = choro (substantivo)


Composição:

É o processo que ocorre através da junção de dois ou mais radicais.


Composição por justaposição:

Ocorre quando os radicais se juntam sem que ocorra nenhuma alteração.

Exemplos: 

Passa + tempo = passatempo

Gira + sol = girassol

Cachorro + quente = cachorro-quente


Composição por aglutinação: 

Ocorre quando pelo menos uma das palavras sofre alteração na pronúncia e na grafia.

Exemplos: 

Outra + hora = outrora 

Plano + alto = planalto

Em + boa + hora = embora 


Hibridismo:

Ocorre com a junção de elementos de idiomas diferentes.

Exemplos: 

Tele (grego) + visão (latim) = televisão

Surf (inglês) + ista (latim) = surfista

Auto (grego) + móvel (latim) = automóvel


Onomatopeia:

Processo que dá origem a palavras que imitam sons ou ruídos.

Exemplos: 

tique-taque 

zunzunzum

clique


Sigla:

São as palavras formadas pelas letras iniciais de várias palavras que formam um nome.

Exemplo: 

ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio


Redução vocabular: 

Reduz o tamanho de uma palavra, sem que, no entanto ocorra a perda de sua compreensão.

Exemplos: 

Microcomputador = micro

Motocicleta = moto

Pneumático = pneu

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